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Arquitetos: Gabriel Gomera Studio
- Ano: 2015
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Fotografias:Laura Villaplana
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Centro R3 é um espaço único para recuperação, manutenção e melhora da saúde física destinado a atletas.
Com uma área de 230 m² o Centro abriga recepção e área de entrada, um núcleo central de serviços, (com vestiário, banheiros e depósito) e uma variedade de salas de atividades e de treinamento diferentes. Está localizado no piso térreo de um edifício residencial, em meio a um grid de pilares de concreto que definem uma ordem interna do espaço.
Através de uma economia de recursos, a proposta elaborou soluções simples, específicas e versáteis para as necessidades básicas do programa, como vestiários, áreas de serviços, iluminação e armazenamento. Enquanto que ao mesmo tempo incorpora e tira vantagem da interação dos elementos existentes - como a estrutura de pilares, as árvores do exterior e os espaços abertos. Ar, luz e cor, aqui utilizados em abundância foram elementos essenciais e considerados até o projeto final.
AR
Sensação Externa - A prática de esportes ao ar livre tem o sol, a luz e o ar como aliados que alimentam a sensação de liberdade; quando nos exercitamos nesses ambientes nos sentimos livres e expansivos, mas isso desaparece quando voltamos para um ambiente interno. O projeto procura recapturar essa sensação do ar livre, com grandes aberturas em vidro e espelhos que agem com filtros, brincando com as sombras e reflexos, liberando o espaço, é uma tentativa de minimizar a sensação de ambientes fechados. O aumento nas quantidades de luz e o impacto visual do espaço convidam o usuário a se mover livremente por todo o Centro R3. O espaço principal é aberto, flexível e transparente, sem sacrificar o aconchego e conforto do interior.
LUZ
A luz natural - é um elemento em constante mudança do nascer ao pôr do sol. As grandes aberturas em vidro convidam a luz natural a vibrar com as cores e materiais utilizados dentro do Centro R3. A materialidade da luz cresce e varia ao longo do dia e se torna tangível, traçando linhas invisíveis e sugestivas, acentuando formas e sombras, articulando as variações de cada uma das salas internas, dando-lhes caráter próprio.
A luz artificial - complementa a luz natural e aprece como grandes "discos" circulares, que abrigam um sistema de iluminação artificial indireta, permitindo que outras instalações se ocultem no teto. A distribuição destes "discos" é fluida e orgânica, apagando os limites do perímetro do teto. A luz artificial indireta permite estender o dia e faz a transição do dia para a noite ser lenta e gradual.
COR
Cor e material - se tornam elementos essenciais dentro do espaço proporcionando uma experiência sensorial para atividade física. As cores e texturas dos materiais utilizados modificam a sensação e as necessidades do espaço. Linóleo amarelo com sua flexibilidade e aconchego da madeira estão posicionados no piso em áreas onde o corpo tem contato direto. A cerâmica esmaltada cinza e a madeira revestem os espaços fechados enfatizando um recolhimento, e a cor branca geral dos espaços atua como suporte neutro e transformável onde reflete a luz.
Cor e luz - em um segundo nível, se trabalha a cor través da luz, além de a utilizar como elemento ornamental, é convertida em um instrumento expressivo com uma qualidade psicológica sensível. A vibração das diferentes cores se converte em um suporte e estímulo à prática esportiva, e outras práticas para a recuperação ativa de lesões. A cor é utilizada por sua capacidade de relaxar ou ativar e juntamente com o estímulo dos outros sentidos, permite trabalhar um fator emocional nas diferentes atividades que se realizam no centro.
Difusão de Limites, busca de liberdade. Estímulo dos sentidos, conexão com a mente, o corpo e a alma. Atmosfera de abertura e expansão, também de recolhimento e relaxamento. Espaço como membrana sensível que vibra. Espaço sempre em mudança, como emissor e receptor.